ABRAMOS OS OLHOS
Pubblicato il 11-09-2011
O mal é amigo da escuridão. O mal entra sempre na mente que está bem com o escuridão, que está bem com o não-comprometimento. Devemos revestir-nos de luz. Devemos saber que coisa é a luz, devemos saber pedir perdão quando erramos.
Como compreender e reagir ao mal que nos circunda? Quando penso no ´´livra-nos do mal´´, me vem a mente um episódio que marcou a minha vida. Eu havia encontrado uma garotinha simpática, de doze anos, quando eu já tinha mais de vinte. Ela tinha o hábito, por brincadeira, de dar jutes nas pernas das pessoas e recordo que os adultos ao seu redor sorriam e assim estavam de fato encorajando-a. Um dia coube a mim, ela deu-me um jute. Como comportar-me? Penso: se um dia ela encontra um garoto calçando botas pronto a revidar o jute, ele lhe quebra uma perna e a risada acaba em tragédia. Logo me digo: então revido eu, que afinal gosto dela. Ela sorri e torna a revidar. E assim vamos. Em um determinado momento porém ela pára, porque entende que está se fazendo mal. Este episódio me suscita uma pergunta: será possível que o mal deva nos fazer mal para que percebamos que é errado, que é imoral, que é destrutivo? |
Devemos abrir os olhos, conscientizar-nos do que ocorre ao nosso redor. Estou convencido que a grande maioria das pessoas é consciente de usar antolhos a fim de ver só o que quer ver. Se cresci um pouco é porque, quando era garoto, alguém me ajudou a abrir os olhos e não é com prazer que me recordo daquelas pessoas que não me corrigiram. Quando falo com os rapazes, a quem quero um enorme bem, digo: quantos jovens ainda devem se destruir com drogas várias, com álcool, com sexo, com a violência para que vocês abram os olhos? E dou ainda este exemplo: todos nós somos contra a máfia, mas vocês que fumam maconha, que se drogam, vocês percebem que estão entre os primeiros que apóiam a máfia? Sinto silêncio, um silêncio que diz: é verdade. Aos tantos grupos que trabalham contra a máfia mas são a favor da maconha sem penalidade, da maconha livre, do mal menor, ocorre-me perguntar: será que vocês algum vez se fizeram esta pergunta? A propósito do ´´ livra-nos do mal´´, gostaria de ter a sabedoria para entender quando o mal se origina da nossa indiferença, do não compreender que não existe um mal menor, um mal que faça menos mal. |
Como se faz para sair do mal? Como se faz para crescer em direção ao bem? Ajuda mais o protesto, a demonstração nas ruas, o empenho pessoal ou o arregaçar as mangas? Você citou o exemplo do bem: Dom Luciano. Existe hoje o bem, se vê? |
entrevista a Ernesto Olivero
Nuovo Progetto dicembre 2006 |