ABRAMOS OS OLHOS

Pubblicato il 11-09-2011

di Redazione Sermig

O mal é amigo da escuridão. O mal entra sempre na mente que está bem com o escuridão, que está bem com o não-comprometimento. Devemos revestir-nos de luz. Devemos saber que coisa é a luz, devemos saber pedir perdão quando erramos.

entrevista a Ernesto Olivero, pela redação
Como compreender e reagir ao mal que nos circunda?
Quando penso no ´´livra-nos do mal´´, me vem a mente um episódio que marcou a minha vida. Eu havia encontrado uma garotinha simpática, de doze anos, quando eu já tinha mais de vinte. Ela tinha o hábito, por brincadeira, de dar jutes nas pernas das pessoas e recordo que os adultos ao seu redor sorriam e assim estavam de fato encorajando-a. Um dia coube a mim, ela deu-me um jute. Como comportar-me? Penso: se um dia ela encontra um garoto calçando botas pronto a revidar o jute, ele lhe quebra uma perna e a risada acaba em tragédia. Logo me digo: então revido eu, que afinal gosto dela. Ela sorri e torna a revidar. E assim vamos. Em um determinado momento porém ela pára, porque entende que está se fazendo mal. Este episódio me suscita uma pergunta: será possível que o mal deva nos fazer mal para que percebamos que é errado, que é imoral, que é destrutivo?

Devemos abrir os olhos, conscientizar-nos do que ocorre ao nosso redor. Estou convencido que a grande maioria das pessoas é consciente de usar antolhos a fim de ver só o que quer ver. Se cresci um pouco é porque, quando era garoto, alguém me ajudou a abrir os olhos e não é com prazer que me recordo daquelas pessoas que não me corrigiram. Quando falo com os rapazes, a quem quero um enorme bem, digo: quantos jovens ainda devem se destruir com drogas várias, com álcool, com sexo, com a violência para que vocês abram os olhos? E dou ainda este exemplo: todos nós somos contra a máfia, mas vocês que fumam maconha, que se drogam, vocês percebem que estão entre os primeiros que apóiam a máfia? Sinto silêncio, um silêncio que diz: é verdade. Aos tantos grupos que trabalham contra a máfia mas são a favor da maconha sem penalidade, da maconha livre, do mal menor, ocorre-me perguntar: será que vocês algum vez se fizeram esta pergunta? A propósito do ´´ livra-nos do mal´´, gostaria de ter a sabedoria para entender quando o mal se origina da nossa indiferença, do não compreender que não existe um mal menor, um mal que faça menos mal.

Como se faz para sair do mal?
Naturalmente deve sempre existir muita pena, muita piedade para com aquele que fez o mal. Penso naqueles garotos de Turim que maltrataram um companheiro portador de deficiência física. A sociedade o que fez? Lavou-se as mãos, no fundo. Expulsaram-nos, se bem que com o recurso da recuperação, e assim a sociedade se sentiu tranquila. Acredito que deveriam ter expulso o diretor da escola, todo o corpo docente porque não foram vigilantes, não exerceram autoridade, aquela autoridade em que basta um só não dito sem gritar para ser escutado e obedecido. Os episódios de violência escolar e em geral não nascem improvisamente. Quando em tantas classes existe o hábito de que se alguém grita, mostra os músculos então significa que pode mandar, então aí há algo que não funciona. Devemos construir uma sociedade na qual o direito é operante, na qual o direito se torna sanção para um garoto que bate no seu companheiro, mas também é estímulo para ajudar a sociedade a refletir, a pedir-se perdão, a achar soluções.

Como se faz para crescer em direção ao bem? Ajuda mais o protesto, a demonstração nas ruas, o empenho pessoal ou o arregaçar as mangas?
Quem quer que tenha o desejo de entrar na política, no sacerdócio, em qualquer cargo de responsabilidade deve redescobrir a alegria de servir e pasmar-se caso encontre consenso. Aliás, deve fazer por merecer o consenso através de um método e de um comportamento que encoraje entusiasmo e convicção. Se aquele que dirige mantém este frescor, é continuamente sal e positividade para a sociedade. Mas é assim? Já vimos tantas vezes que nos postos-chave estão os recomendados, pessoas sem escrúpulos, também aqueles que fazem de seu hábito – que deveria ser um símbolo positivo – um hábito de poder.
Para o meu amigo bispo Dom Luciano Mendes o único objetivo era servir: era pleno de Deus, de espiritualidade, de luz e onde quer que fôsse levava esta vontade de mudança e de servir em modo real. O mundo atual, se não voltar atrás e redescobrir a alegria do serviço, corre o risco de se precipitar em momentos sempre mais escuros, como aconteceu a partir do 11 de setembro. Não fomos capazes de fazer crescer a paz, a escuridão tornou-se em tal ódio e desespero que se transformou em camicazes, capazes de fazer-se o mal desde que façam mal também aos outros. No ocidente, no fundo, também é a mesma coisa, ainda que mudem os cenários. Existem milhares e milhares de rapazes que se fazem mal porque não encontram nenhuma saída concreta e nenhum significado, se destróem com as drogas, as farras, o vazio. Uma sociedade adulta, séria, deveria já se ter perguntado há muito tempo o porquê disto e ter achado respostas convincentes e políticas sérias para as novas gerações. Estamos hoje em um momento no qual a sociedade dos adultos não é muito séria.

Você citou o exemplo do bem: Dom Luciano. Existe hoje o bem, se vê?
Estou convencido que se os jornais fizessem realmente o seu dever, encontrariam mil notícias positivas a mais que aquelas negativas. Logo, há uma grande responsabilidade dos jornais e de alguns programas especiais que vemos na televisão. Em uma sociedade como a nossa que transforma em espetáculo, em um contínuo espetáculo, o homicídio de um garoto ocorrido na própria casa, deveria haver uma autoridade séria e independente com poder de intervir e de afastar apresentadores de programas e jornalistas irresponsáveis. Mas interessa-nos que a mídia se torne serviço para o crescimento da sociedade? Se assim fôsse, nós mesmos poderíamos dar o exemplo não assistindo certas transmissões televisivas. O mal que nos penetra, que nos torna indiferentes e que faz com que nós também sejamos buscadores do macabro, deveria fazer-nos pensar. Apesar disto, repito que vejo tantíssimos episódios de bem, ao meu redor, que jamais teria imaginado. Infelizmente a mídia não os destaca, não os procura, mas se os procurassem e evidenciassem, todos nós seríamos encorajados a dar-nos conta da floresta do bem que cresce sem fazer ruído. Na medida em que apareça um novo Santo Antonio, um novo São Francisco, ou talvez algum político que queira realmente comportar-se como estadista, poderia verificar-se uma inversão de rota.

entrevista a Ernesto Olivero
Nuovo Progetto dicembre 2006

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