CF 2014: Eu quero ver o mundo... Mudar!

Pubblicato il 13-03-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

O cristão não pode ser banal, superficial, caminhar pelo mundo sem prestar atenção. Temos de aprender o quanto antes a não cair nessa fácil tentação. Às vezes, somos simplesmente distraídos; outras vezes preferimos dar atenção apenas às coisas que fazem parte da nossa agenda; outras ainda, preferimos mesmo evitar de enxergar os problemas do mundo e os seus acontecimentos para não comprometer a nossa tranquilidade e segurança conquistadas com tanto trabalho. 

A vida não é fácil para ninguém. Todos lutamos, cada um com as possibilidades e os instrumentos que possui e com a liberdade de fazer escolhas, de trilhar os caminhos que mais acha corretos para ter uma vida digna... Mas a CAMPANHA DA FRATERNIDADE deste ano nos obriga a sair da superfície para mergulhar num mundo escondido, feito de invisíveis, um mundo que gostaríamos de manter na obscuridade, porque é pesado e, muitas vezes, cruel! A CAMPANHA DA FRATERNIDADE está dizendo que os escravos, e tantos serviços e produtos que existem, devido à exploração das pessoas, estão no meio de nós. 

Por isso, no encontro de oração desta semana (11/3), refletimos a partir desta pergunta: “E nós, o que temos a ver com esse tráfico?”. Meditamos sobre o Evangelho de Lucas (Lc 4, 14-22): Jesus, abrindo o livro do profeta Isaías, anuncia que veio para libertar os presos, devolver a vista aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor. Praticamente, um programa político que não podia deixar mexer com seus contemporâneos e que não pode deixar de mexer conosco. Jesus veio para proclamar um tempo jubilar em que todos os escravos serão libertados, todos recuperarão a própria dignidade, em que não existirão mais ricos e pobres, escravos e patrões, mas tudo voltará à harmonia sonhada por Deus. Para fazer isso, para preparar esse caminho, Jesus precisa dos olhos da gente, precisa da nossa participação, precisa que foquemos a nossa atenção para as situações de sofrimento que estão ao nosso redor e que precisam ser mudadas.

Depois de ter ouvido a Palavra, para fixar bem na nossa mente e no nosso coração essa missão que nos é confiada, resolvemos fazer um exercício simples, que pode até parecer banal, mas que se torna inteligente na medida em que nos ajuda a pensar: enrolamos papéis brancos para fazer pequenos binóculos e, olhando dentro do canudo, paramos por alguns instantes, para olhar melhor o outro, enxergar aquilo que normalmente não enxergamos...

Andando pela rua, normalmente somos tomados por mil pensamentos, mas que focam só em nós, no nosso problema, na nossa situação... No momento em que colocamos óculos novos, percebemos as coisas de maneira diferente, percebemos mais detalhes, percebemos o outro, aquele que está perto ou até longe de nós. 

Terminado o encontro, fica para nós uma tarefa: aquela de estarmos mais atentos, de prestar mais atenção na condição do outro, para sermos mais conscientes e, a partir disso, tomar as nossas decisões, de qualquer tipo, mas com um ponto de vista diferente. Entendemos que ficar atentos, deixar de lado a superficialidade, significa muitas vezes subir uma montanha... É cansativo, de vez em quando, somos atacados por câimbras, surpreendidos pelo mau tempo, pelo desconforto. Apesar disso, aprendemos que nessa caminhada, mesmo sendo mais cansativa, mesmo requerendo mais responsabilidade, não estamos sozinhos, mas sempre acompanhados por homens e mulheres de boa vontade e por Deus que nos empurra quando perdemos forças e esperança; que empurra porque Ele sabe que lá do alto se enxerga sempre melhor. Acreditamos no convite Dele, acreditamos no Evangelho e na possibilidade de conversão nossa e da sociedade. Comecemos a nos libertar para que os outros sejam não só mais visíveis, mas, sobretudo, livres.  

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